24.10.10

Expectativas

Suponho não estar em erro quando penso que uma das coisas que mais pesa, ao ver o nascer de um novo dia, é saber que alguém estará sempre à espera que superemos limites, um após o outro. 
As expectativas emanam, enfim, um bafo pestilento. 

5 comentários:

Anónimo disse...

Fantástico

António Guerra disse...

Antes demais pedir desculpa que este humilde ser venha comentar as tuas palavras. Devia só apreciar, reduzir à minha quase insignificância ao teu lado e dar-me por feliz. Mas eu sou, de certa maneira, um rapaz em bicos de pés para conseguir atingir tão elevada pessoa e, apesar do teu 1,55 de altura, não te consigo atingir. Cada vez mais o povo tem razão que os homens não se medem aos palmos. Pois, para a menina Jéssica, não há palmo que a meça. Pois, tal como a Alice no País das Maravilhas, tu pareces que comeste um bolo e creceste, apesar de pareceres pequena. E os restantes andam, lá em baixo, a entrar naquela portinhola pequena. Só que, ao contrário da história, o mundo maravilhoso encontra-se dentro da sala onde estás e a porta só dá lugar a um mundo onde tudo é demasiado complexo e espelhado para entender a tua complexa simplicidade.

Podia ficar-me pelo fantástico da Jess. Acho que era o melhor para mim. Mas tentarei comentar o teu texto. Já com as desculpas feitas anteriormente...

Certo dia, um senhor escreveu que o poeta é um fingidor. Pessoa poderia ser muito grande, com uma capacidade de inventar para além de si. Era super-humano. E, por isso, conseguia fingir.

Desculpa-me, minha cara, por não te considerar super-humana. Acho que és, como tu dizes, duplamente humana. Mas, e ao contrário do que se pensa, quem é duplamente não é diferente. Pois, na multiplicação da pessoa, ocorre a soma de ambas. É isso que o mundo, cada vez mais cego, não compreende. Que tu, apesar de grandiosa, apesar de seres um ser humano multiplicado, os números que coexistem dentro de ti são os mesmos. Não existe um espelho e um ser, existe unicamente um Ser. Tu és única e não um reflexo, alguém que existe para além de ti. Tu és demasiada humana e é por isso que te admiro. Pois falta humanidade a própria humanidade e existem pequenos oásis nesta vida que nos fazem ver como a homem ainda é belo.

Por isso, minha querida, sê tu própria. Ninguém, para além de ti, consegue ser fracamente forte. O mundo, como certo dia me lembrei de dizer, é feito de oxímoros. E tu és cheia deles. Por alguma razão parte do mundo não te compreende. Porque é, em demasia, um conjunto de comparações sem utilidade.

Tu acabas a dizer que "A noite tem de ser negra; céu preto. As estrelas fazem chorar.". Mas não te podes esquecer que:
"Assim em cada lago a lua toda/
Brilha, porque alta vive"...

Desculpa ter dado a esta ousadia de comentar tão belas palavras. Acho que nada mais tenho a dizer. Só referir que continues a Alice no teu mundo que, certo dia, o reflexo que te esconde não será mais que esquecimento na memória daqueles que nunca te conheceram. E, aqueles que te conhecem, descobriram que aqueles vidros são tão claros como os que são ultrapassados pelo sol que raia atrás dos montes.

António Guerra disse...

Antes demais pedir desculpa que este humilde ser venha comentar as tuas palavras. Devia só apreciar, reduzir à minha quase insignificância ao teu lado e dar-me por feliz. Mas eu sou, de certa maneira, um rapaz em bicos de pés para conseguir atingir tão elevada pessoa e, apesar do teu 1,55 de altura, não te consigo atingir. Cada vez mais o povo tem razão que os homens não se medem aos palmos. Pois, para a menina Jéssica, não há palmo que a meça. Pois, tal como a Alice no País das Maravilhas, tu pareces que comeste um bolo e creceste, apesar de pareceres pequena. E os restantes andam, lá em baixo, a entrar naquela portinhola pequena. Só que, ao contrário da história, o mundo maravilhoso encontra-se dentro da sala onde estás e a porta só dá lugar a um mundo onde tudo é demasiado complexo e espelhado para entender a tua complexa simplicidade.

Podia ficar-me pelo fantástico da Jess. Acho que era o melhor para mim. Mas tentarei comentar o teu texto. Já com as desculpas feitas anteriormente...

Certo dia, um senhor escreveu que o poeta é um fingidor. Pessoa poderia ser muito grande, com uma capacidade de inventar para além de si. Era super-humano. E, por isso, conseguia fingir.

Desculpa-me, minha cara, por não te considerar super-humana. Acho que és, como tu dizes, duplamente humana. Mas, e ao contrário do que se pensa, quem é duplamente não é diferente. Pois, na multiplicação da pessoa, ocorre a soma de ambas. É isso que o mundo, cada vez mais cego, não compreende. Que tu, apesar de grandiosa, apesar de seres um ser humano multiplicado, os números que coexistem dentro de ti são os mesmos. Não existe um espelho e um ser, existe unicamente um Ser. Tu és única e não um reflexo, alguém que existe para além de ti. Tu és demasiada humana e é por isso que te admiro. Pois falta humanidade a própria humanidade e existem pequenos oásis nesta vida que nos fazem ver como a homem ainda é belo.

Por isso, minha querida, sê tu própria. Ninguém, para além de ti, consegue ser fracamente forte. O mundo, como certo dia me lembrei de dizer, é feito de oxímoros. E tu és cheia deles. Por alguma razão parte do mundo não te compreende. Porque é, em demasia, um conjunto de comparações sem utilidade.

Tu acabas a dizer que "A noite tem de ser negra; céu preto. As estrelas fazem chorar.". Mas não te podes esquecer que:
"Assim em cada lago a lua toda/
Brilha, porque alta vive"...

Desculpa ter dado a esta ousadia de comentar tão belas palavras. Acho que nada mais tenho a dizer. Só referir que continues a Alice no teu mundo que, certo dia, o reflexo que te esconde não será mais que esquecimento na memória daqueles que nunca te conheceram. E, aqueles que te conhecem, descobriram que aqueles vidros são tão claros como os que são ultrapassados pelo sol que raia atrás dos montes.

Matilde disse...

Adorei!
Está fantástico!

Continua! Beijinhos :)

Mariana Martins disse...

Adoro.